Programa
Análise Transacional, Gestalt e Eneagrama: Teatro Transformador
Antônio Ferrara – Nápoles
O Teatro transformador insere-se num projeto de formação e desenvolvimento pessoal, através da exploração das áreas mais ocultas da personalidade, segundo um modelo integrador baseado na Gestalt, Análise Transacional e Psicologia dos Eneatipos elaborado pelo próprio facilitador, Antonio Ferrara. O trabalho assenta na pesquisa criativa da própria “personagem” e, através da representação teatral e da identificação em diferentes papéis, onde serão exploradas as estruturas do guião que bloqueiam e limitam a personalidade. A escrita de roteiros originais que surgem do próprio grupo e sua representação ativam um processo de “transformação”, que leva à escolha de novas perspectivas existenciais. Com o Teatro Transformador é possível descobrir os próprios esquemas de roteiro que tendem a se repetir, mecânica e inconscientemente. Quando esse mapa se manifesta pela representação, o mundo interno se revela e se encontra com o outro e com os outros que agem como espelho.O Script sofre choques, mas sua estrutura resiste. Transformar requer um ato criativo. É a vida que pede.
Clown Terapêutico: Palhaço Escondido
Gabriela Diamant e Alessandro Greco – São Paulo
Gestalt Viva, a vía poética: Amores e Vínculos
Reginaldo Menezes – Rio de Janeiro
Amores e Vínculos
É no Simpósio de Platão que surgem os primeiros contrastes que se revelam no tema do amor. A própria palavra philo-sophos indica uma espécie de amor: o amor como sabedoria.
Amores e Vínculos a sua vez segue caminhos que integram a ideia do amor com a própria constituição do cérebro e da inter-relação dos fenômenos psicofísicos que emergem daí para o desenvolvimento do agir humano. Está em sintonia com as antigas tradições que nos reenviam ao pensamento grego, às práticas espirituais asiáticas, em especial o budismo, e a fenomenologia inaugural de Franz Brentano ao explicitar o pensar o sentir e o querer como constituintes da alma humana.
Excepcionalmente, com teoria das neuroses de Cláudio Naranjo, exposta no eneagrama da personalidade, que nos propõe um salto da consciência sobre a personalidade infantil condicionada, uma grande mudança capaz de transformar a estrutura da mente mesma, que está baseada no modelo patriarcal vigente e determina a nossa própria maneira de ser.
Somos seres “tricerebrado”, que a neurociência comprova em três etapas da evolução humana, um cérebro instintivo, reptiliano, uma inteligência arcaica, o cérebro límbico que regula as emoções, vinculado às relações materno-infantil e o cérebro propriamente humano racional, o neocórtex, que são a chave para compreender os transtornos e os desequilíbrios na formação do caráter ou personalidade.
Antes de tudo, o problema existencial que nos domina está na ideia do amor, ou melhor, no desamor. Somos sedentos de amor e não percebemos que estamos lidando com as nossas manifestações egóicas, na dissociação de aspectos da mente representados por esses três centros: o instintivo, o emocional e o intelectual, dissociação que se manifesta, justamente, a partir do pensar, sentir e querer.
Apoiado numa gestalt integrativa e holística, Gestalt Viva, Amores e Vínculos propõe uma síntese numa dinâmica existencial a partir da ideia dos três amores de Cláudio Naranjo, que corresponderiam a esses aspectos da mente através de Eros, Ágape e Philia.
Gestalt Contemplativa - Instituição Organísmica
Prof. Psic. Fernando De Lucca.
Teoria e metodologia:
Este trabalho teórico vivencial contém, a nível grupal, a autorregulação organísmica como foco no caminho da consciência global e integrativa de si. Promove a capacidade para criar vazio onde espontaneamente aparece um novo estado dentro de nós que chamamos intuição. Experimentamos o ser verdadeiro que leva a nossa cura.
Fundamentação:
O vazio fértil é uma das atitudes e conquistas fundamentais para atingir a saúde biopsico-sócio-espiritual, para aparecer o verdadeiramente novo, para que se expanda a consciência e também é uma expressão integradora este-oeste, oriente-ocidente nesta abordagem. A contemplação como a máxima expressão da atitude meditativa é um produto da disciplina. O organísmico hierarquiza, cria a figura e o vazio oferece a resposta espontânea e criativa para essa figura – intuição-. A
A contemplação aguarda por aquilo que foi se trabalhando no tempo espaço e cria confiança no ser.
Inspira o trabalho:
Gestalt.
Intuição desde o organísmico.
Meditação.
Teatro e música.
Arte da contemplação.
Eneagrama.
Estados de vazio.
Clínica do Eneagrama e Relações Parentais
Reginaldo Menezes – Rio de Janeiro
Medicina da Floresta
Alexandre Fonseca – Brasília
Disciplina do Movimento Autentico
Soraia Jorge – Rio de Janeiro
Música Interior e Meditação Dionisíaca
Reginaldo Menezes – Rio de Janeiro
Encontros meditativos que seguem a hermenêutica da expressão musical dos clássicos e a abordagem do budismo dionisíaco, sobre a qual incidem as duas formas de desapego: a renúncia apolínea aos impulsos e a não interferência dionisíaca ante a corrente da vida, desenvolvida por Claudio Naranjo. É um convite ao despertar da nossa vida contemplativa que, através do equilíbrio dos três amores: eros, o amor instintivo, ágape o amor compassivo e philia, o amor admirativo devocional, em comunhão com a música nos revelam as manifestações do sagrado e do profano na alma humana. A música interior é uma epifania da alma do compositor, que desvela sons que surgem das manifestação e das vibrações mais profundas da alma humana, como os mantras, que possuem uma vibração sonora que criam uma ressonância espiritual, sons que nos transportam aos nossos recantos mais íntimos e alhures, cujas vibrações criadoras simbolizam a origem universal de todos as coisas e por isso as unem.
Psicologia dos Eneatipos
Reginaldo Menezes e Sonia Andrade – Rio de Janeiro
A Psicologia dos Eneatipos é uma visão transpessoal, desvelada por uma fenomenologia existencial, que mostra a estrutura psíquica e a natureza da realidade humana inaugurando um ethos, fonte raiz para uma epifania do cuidar. O Eneagrama é um mapa, uma simbologia, que põe o homem diante de si mesmo ao revelar o que não pode mais permanecer oculto, pois deixa ver a estrutura, o funcionamento e a formação da personalidade na complexidade dos relacionamentos humanos.
Diz Cláudio Naranjo, que o núcleo da personalidade é constituído por uma problemática amorosa, pois se origina dos nossos problemas emocionais e das nossas frustrações amorosas e se perpetua desde a nossa infância através da nossa exagerada necessidade de amor: “…antes de tudo o problema existencial que nos domina está na ideia do amor, ou melhor, no desamor. Somos sedentos de amor e não percebemos que estamos lidando com as nossas manifestações egóicas.”
Portanto, sobre os seres humanos é legítimo dizer que estão sempre envolvidos em jogos do amor. Desvelar esses jogos é uma via de cura, amor fati, que promove vínculos amorosos sanos para a vida cotidiana de cada um.
Os Subtipos do Eneagrama
Luiz Mauro Junqueira e Mazé Junqueira – Belo Horizonte
Relações Parentais: A Casa da Infância
Luiz Mauro Junqueira e Mazé Junqueira – Belo Horizonte
Teatro do Oprimido: Arco Íris do desejo
Clara Andrade – Rio de Janeiro
Teatro sobre si: Surpreendentes personagens
Ana Andrade – Rio de Janeiro
Surpreendentes Personagens
Trabalho Sobre Si, a partir de experimentações com teatro, música, e movimento expressivo.
“Só exercícios de fazer viver
só exercícios de revelar
o que sempre esteve
o que sempre está.”
Esta oficina é um processo de conhecimento e prática de si. É um convite ao trabalho sobre nós mesmos, desenvolvendo a educação do Ser.
Teremos como recurso fundamental a irradiação da energia dos nossos corpos vibrando no movimento, na música, na fala, nas trocas.
O convite é expressar o que nos vai por dentro, compartilhar nossas dores e alegrias, abrir espaço para novas formas e revelações. Vamos mover a energia estagnada, limpando a mente e o corpo, restaurando o sensível em nós, ficando mais flexíveis e disponíveis às mudanças.
O Trabalho Sobre Si é um convite à criação de uma nova substância humana, um novo ser humano composto de matéria cada vez mais sensível, consciente, espiritualizada.
Quem são estes personagens, e por que são surpreendentes?
São personagens que iremos conhecer, nesta oficina, de diferentes formas:
1) Através da observação e possível ampliação do nosso comportamento cotidiano, procurando identificar plásticas e comportamentos fixados, que chamaremos de personagens, e modificá-los, saindo do comportamento mecânico para poder viver com mais diversificação e plasticidade.
2) Através da leitura e experimentação de alguns textos literários e de teatro, vivendo personagens variados que possam nos ensinar novas possibilidades de expressão.
3) Através de propostas de improvisação com diversos tipos de música, estimulando a evolução do vocabulário emocional e expressivo do corpo.
4) Através de propostas de pequenas composições com palavra e movimento, estimulando o processo criativo e sua materialização e organização.
5) Através de propostas que proporcionem nutrição ao nosso ser interior (meditação , concentração, utilização de imagens) permitindo assim que possamos ter um apoio que nos permita lidar com nossas dificuldades e imperfeições.
São surpreendentes os personagens que vamos encontrar porque podem nos ensinar novas formas de praticar com consciência nossa existência no mundo.
“As condições sob as quais os seres humanos vivem na terra são o resultado do seu estado de consciência – procurar modificar as condições do mundo sem mudar a consciência é uma vã ilusão.” (A Mãe – Líder espiritual do Sri Aurobindo Ashram)
O Trabalho Sobre Si é também um trabalho sobre nós, e para nós. Contribuir para o aprimoramento da consciência é o que poderá trazer mudanças concretas para o nosso mundo. Um trabalho coletivo e essencial.
Vipassana e a Transformação Profunda: O Processo do Bem Viver e o Bem Morrer
Alejandro Torrealba – Ilhas Canárias
Existem várias formas de mergulhar na prática e no estudo da meditação vipassana, cada uma com suas singularidades, a partir de uma base comum reconhecível, o Buddha Dharma e a Bodhicitta. O programa é uma oportunidade de trazer a meditação para o quotidiano, como arte de viver o presente de forma atenta, cálida, serena, generosa, sábia, solidária e criativa, ao mesmo tempo em que nos preparamos para morrer de forma consciente e luminosa. A vida e a morte são vividas a partir da mesma abertura.
Vipassana significa olhar e ver de maneira profunda e clara o que está além das aparências e, ao mesmo tempo, conectado com o que está acontecendo, com o que é. Reconhecer a partir de um estado de consciência aberta que tudo está mudando e, interdependente ao mesmo tempo, apreciando tudo como novo, limpo e fresco. O acompanhamento de práticas yogues específicas como respirações purificadoras, Tsalung e Lu Jong, permitirá uma maior conexão com o Corpo e a energia vital, facilitando a manifestação natural das potencialidades do Corpo, Fala e Mente. O nobre silêncio e a recitação de certos sons, permite cultivar a sabedoria da Fala. Reconhecimento e atenção sábia atuam na Mente. A meditação Metta abrirá a porta para essa abertura interna e nossa projeção externa na vida diária. A partir desses fundamentos abordaremos as práticas de Powa, a transferência de consciência no momento da morte.
Vamos praticar de forma que o relaxamento e a energia caminhem juntos para a integração com clareza e luminosidade. É importante nos situarmos no momento e no lugar, e a partir daí permitir que o corpo permaneça em uma condição autêntica e natural. Sem forçar o olhar, olhe com serenidade. Sem expectativas, pratique sem qualquer pretensão.
Em última análise, não há nada para mudar ou alterar internamente. Não há nada a fazer, nenhum lugar para ir, nenhuma prática a seguir. Não há nada a perguntar, porque não há nada a fazer senão reconhecer que nunca estivemos em outro lugar senão no estado de clareza.
Num sentido relativo, na vida quotidiana, nós treinamo-nos no cuidar do comportamento do corpo, da fala e da mente, e nos tornamos responsáveis na nossa relação com os outros.
Sentado, em pé ou andando, enraizado, ereto e equilibrado na postura, as energias se harmonizam naturalmente e sem esforço. Como dizem os ensinamentos, combinando energia e relaxamento, liberamos toda pretensão e rigidez, deixando o corpo, a postura, a respiração e o universo fazerem todo o trabalho, simplesmente descansamos no que fazemos e acontece. Sendo totalmente natural e praticando a partir desse estado, não há mais nada a fazer e nenhum outro lugar para ir.
Tendo isso em mente, sem ânsia ou espírito de lucro, nos sentaremos para meditar como um Buda, com um coração sábio, caloroso, amoroso e compassivo, olhos abertos e um sorriso no rosto. Desde então vivendo, desde então morrendo a cada instante.
Yoga Tantra e Sexualidade: A via da sexualidade sagrada
Alejandro Torrealba – Ilhas Canárias
“SE NÃO SABEMOS NADA SOBRE NÓS MESMOS, NÃO SABEMOS NADA SOBRE NADA”.
O Tantra tem como ponto de partida um profundo respeito pelas diversas formas de ser, sentir, pensar, amar viver. O importante é o propósito, a consciência e a determinação com que se vive. Os princípios do tantra são muito claros e diretos, seus postulados e práticas são voltados para o culto do feminino.
Para o tantra, “A mulher cria o universo, ela é o próprio corpo deste universo. A mulher é o suporte dos três mundos, ela é a essência do nosso corpo”, o yogini , a Shakti ou energia dinâmica do universo, representa o ser humano essencial, e é através dele que a multiplicidade da unidade cósmica é criada e recriada.
O Tantra afirma que a Humanidade não será salva se não lhe for concedido um eminente lugar aos valores do feminino e, para isso, o homem, o masculino da espécie humana, deve redescobrir as dimensões ocultas em si mesmo integrando as polaridades, à maneira da anima e do animus expressos por Yung, reconhecimento e realização, ele questiona as abordagens do patriarcado desde suas próprias raízes para acessar o conhecimento libertador.
Embora o tantra inclua deliberadamente a energia sexual, muitas práticas não têm relação com eros. Nem todo tantra é sexo e nem todo sexo é tantra. Sob o nome errôneo tantra, abundam cursos que são essencialmente crescimento erótico, mas não tantra de forma alguma.
O Tantrismo é acima de tudo um caminho yogue para a expansão do campo da consciência, uma espécie de autoestrada para a libertação, percebendo o universo como um tecido onde tudo se sustenta num processo mutável e interdependente e por isso é percebido como novo, limpo e fresco.
Tantra anda de mãos dadas com Hatha Yoga, pois o yogi ou yogini prepara e treina seu corpo e mente para acessar estados superiores de consciência. O corpo é a pedra angular do seu templo, um universo de grande complexidade, cuja vida secreta guarda, nas suas profundezas ocultas, potencialidades insuspeitadas, energias extraordinárias que a prática desperta e desenvolve. Assim nos treinamos para receber a vida e a morte de braços abertos, com um sorriso, mergulhando conscientemente nesse fluxo.